quinta-feira, 8 de novembro de 2012

007 OPERAÇÃO SKYFALL


007 OPERAÇÃO SKYFALL



David Arrais

                O ano de 2012 marca os 50 anos do agente secreto mais famoso do cinema. Para esta celebração, o diretor Sam Mendes foi convidado para comandar a nova aventura, escrita por John Logan, Robert Wade e Neal Purvis, que discute a necessidade e as funções de agentes secretos nos dias atuais.

                A história se inicia com James Bond (Daniel Craig) e Eve (Naomie Harris) perseguindo um espião que roubou um HD que contém a identidade de todos os agentes do serviço secreto britânico espalhados pelo mundo. Devido a uma decisão urgente, Bond acaba se afastando temporariamente do serviço. Depois disso, por conta de um atentado terrorista causado pelo criminoso que roubou a tal lista, M (Judi Dench) está às voltas com, Gareth Mallory (Ralph Fiennes), representante do governo, que está insatisfeito com os últimos trabalhos realizados pela agência.

                Na busca pelo bandido, James Bond acaba indo parar na China e em seguida em Macau. Lá ele conhece Sévérine (Bérénice Marlohe), a bondgirl mais sem graça dos últimos tempos, que possui informações que podem fazê-lo chegar ao chefe da operação criminosa por trás do roubo. Toda a sequência em Macau, diga-se, é completamente dispensável para o desenvolvimento da trama, parecendo ter sido feita apenas para demonstrar o potencial físico de Craig.

                Silva (Javier Bardem) surge como o personagem melhor trabalhado do filme, pois até a sua origem e motivações são organicamente exploradas. Um vilão fantástico, ao mesmo tempo ameaçador e afeminado e alguém que parece sempre ter o controle da situação. Ele personifica bem o terrorista virtual, como na cena em que pergunta qual golpe Bond gostaria de operar.        

                As atuações são bastante competentes, com destaque para a participação de Albert Finney como Kincade, alguém do passado de Bond, que surge no terceiro ato, e Judi Dench, uma vez que M ganha um destaque nunca antes visto em filmes do espião. Também chama a atenção a primeira aparição de Q (Ben Whishaw), já que aqui ele é retratado como um jovem, ao contrário dos episódios anteriores.

                As cenas de ação são extremamente bem trabalhadas, porém chegando a níveis de exagero dos tempos de Pierce Brosnan, como a sequência inicial, ao mesmo tempo atingindo momentos de grandiosidade, como o ataque à mansão no terceiro ato. Já as cenas de luta, apesar de bem coreografadas chegam a ser repetitivas, pois todo o repertório de golpes de Bond é explorado à exaustão em todas as cenas.

                Apesar de competente em criar cenas de ação, a trama acaba fugindo de alguns elementos sempre presentes nas aventuras do espião, fazendo com que não existe o clima clássico de 007, muitas vezes lembrando mais filmes como Missão Impossível ou Duro de Matar, no melhor estilo “exército de um homem só”, o que acaba fazendo que a obra perca o seu charme tradicional.

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